O Museu de Mariana é espaço de representação, interpretação e projeção da cidade, composto por especificidades culturais, sociais, históricas, geográficas, geológicas e político-religiosas do município de Mariana.
O Museu tem como sede o prédio conhecido como Casa do Conde de Assumar, espaço onde funcionou o primeiro palácio episcopal da cidade, que já foi considerada como a “Cidade dos Bispos”. Pensado enquanto um museu de cidade, o Museu de Mariana toma a própria cidade como objeto de estudo.
O Museu de Mariana é um museu de cidade, que tem o próprio município como tema central da sua exposição de longa duração. A proposta é de que seja um espaço de formação, debate e proposição, o que requer a participação dos moradores não apenas como espectadores, mas como agentes que possam se expressar e se articular no novo espaço público.
A Casa do Conde de Assumar é a primeira sede do Museu, que terá sua continuidade em uma outra edificação a ser restaurada futuramente, na Rua Direita. O visitante é convidado a interpretar o passado e pensar o presente tendo como referência a própria cidade. “Costumamos ouvir que uma cidade tombada é um museu; no Museu de Mariana, as relações entre o que está dentro e o que está fora dialogam e se complementam”, ressalta Luiz Fernando de Almeida, diretor-presidente do Instituto Pedra.
A edificação é o principal item do acervo do museu, e ela não se restringe aos seus ambientes internos expositivos: o complexo conta também com um café e um jardim a céu aberto, todos acessíveis. “O Museu de Mariana é dedicado aos cidadãos e é inaugurado com o objetivo de se tornar um novo ponto de encontro e lazer para a comunidade. Um espaço para novas histórias, encontros e reencontros com os públicos que o visitarão”, diz Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.
O Museu de Mariana possui um roteiro expositivo que aborda diferentes características que compõem a cidade, bem como aspectos sobre o território – a formação de Mariana enquanto cidade planejada e a apresentação de seus 10 distritos, a história da ocupação por parte da Coroa portuguesa e da Igreja, os conflitos gerados a partir da ocupação deste espaço que já era ocupado anteriormente – e é até hoje – por povos indígenas, como os Borum Krem, além do processo de transformação deste território no primeiro arraial, conhecido como Arraial do Carmo, e, respectivamente, a primeira vila, cidade e capital de Minas Gerais.
O perfil político-religioso da cidade aparece conforme é apresentada a história da ocupação deste território pelos portugueses. A Igreja teve papel fundamental na manutenção da “ordem” e do poder da coroa auxiliando na constituição de Mariana enquanto cidade.
Em 1745, a cidade recebeu o bispado, ficando conhecida como “Cidade dos Bispos”, tamanha era a relevância política da Igreja. A própria sede do Museu, a Casa do Conde de Assumar, simboliza a dinâmica político-religiosa da cidade de Mariana.
Casa do Conde de Assumar
O edifício que pode ter sido residência de Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos (1688 – 1756), o Conde de Assumar, foi também sede do primeiro palácio episcopal da cidade. Além disso, as festividades, a arte popular, os tapetes nas ruas, as procissões, o famoso bloco de carnaval do Zé Pereira e as grandes personalidades marianenses são parte deste roteiro expositivo.