Aberta ao público desde o dia 28 de novembro, “Entre Telas”, da artista Samy Sah, segue em cartaz no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), em Campina Grande com entrada gratuita.
A instalação se destaca pela união de duas linguagens artísticas: as pinturas dela e filmes cuidadosamente selecionados, favorecendo mais do que um diálogo, mas uma verdadeira sinergia entre arte visual e cinema.
As produções que compõem a instalação são “Outras Belezas: A Beleza da Negritude”, dirigida por Marília Faustino, “Nascentes”, com direção de Raysa Prado, e “Céu”, dirigida por Valtyennya Pires.
“Entre Telas” propõe diversas reflexões, sendo uma delas a própria dissolução entre os limites das linguagens que envolve, permitindo uma imersão maior nas pinturas e filmes, que “conversam” com a criatividade da artista. As obras, estrategicamente espalhadas em uma das galerias expositivas do MAPP, interagem com as cenas, permitindo ao visitante se transportar para inúmeras realidades, atmosferas e contextos.
“Nosso desejo é que as pessoas usufruam desse momento. Tivemos, inclusive, relatos de visitantes que assistiram aos filmes inteiros, apresentados na instalação. Nesse sentido, nosso objetivo é alcançado, já que existe essa desaceleração do tempo. Não é propriamente uma pausa, no intenso fluxo de informações e imagens, mas uma fruição, um estar presente, muito distinto de meramente ficar rolando a tela do celular, por exemplo, um ato quase automático na atualidade”, explicou.
Detalhando os filmes, o documentário “Outras Belezas: A Beleza da Negritude”, é ambientado na comunidade quilombola Caiana dos Matias, no interior da Paraíba, trazendo a narrativa de mulheres de diferentes gerações, acerca das consequências do racismo na autoestima e a busca para vencer os estigmas sociais; na ficção “Nascentes”, depois de uma grande perda, uma mulher tenta reorganizar sua vida e sua casa, num processo de reconhecimento em que tanto é necessário que ela se depare consigo mesma, quanto com suas outras formas de ser; já o documentário “Céu” retrata e enaltece o legado da louceira Maria do Céu e sua relevância para a comunidade quilombola Serra do Talhado Urbano, em Santa Luzia (PB) – Céu foi vítima de feminicídio, em 2013.